domingo, 29 de janeiro de 2012

SANTA INES


O ovino da raça Santa Inês é um ovino deslanado, originário do Nordeste do Brasil, e formado supostamente pêlos cruzamentos aleatórios das raças Bergamácia, Morada Nova e Somalis. Após décadas de seleção, ele se tornou um produto muito cobiçado por países que têm na ovinocultura uma atividade importante.
O Santa Inês tem o padrão racial homologado pelo ministério da Agricultura e praticado pela Arco – associação Brasileira de criadores de Ovinos como: Ovino deslanado, de grande porte, mocho, com pelagem variada, machos adultos com 80 a 100 kg, fêmeas adultas com 60 a 70 kg.

Cabeça, de tamanho médio, com perfil semi-convexo, focinho alongado, boa separação entre os olhos, narinas proeminentes com mucosas pigmentadas, orelhas carnudas, coberta de pelos com forma de lança, tamanho médio, inserção firme e um pouco inclinadas na direção do comprimento da cabeça, pescoço de tamanho regular, alongado bem inserido no corpo, com ou sem brincos, corpo de tronco forte, quartos dianteiros e trazeiros grandes, de ossatura vigorosa, dorso tendendo a reto podendo apresentar pequena depressão na cernelha, garupa levemente inclinada, tendo apoio em quartos fortes e bem colocados, cauda de comprimento médio, não passando dos jarretes, membros com ossos vigorosos, cascos escuros ou brancos, de acordo com a cor das mucosas nasais e orbitas oculares, com pelagem das cores pretas, vermelha e branca e suas combinações, tem aptidão para produção de carne e pele, fêmeas proliferas e boas criadeiras, com freqüentes partos duplos, e excelente capacidade leiteira, adapta-se a ambiente com bons recursos forrageiros, pois é exigente quanto à alimentação.

São defeitos desclassificatórios: mucosas nasais e cascos brancos nas pelagens de cor, porte pequeno, cobertura muscular deficiente nos quartos, no lombo e na garupa, orelhas penduradas na inserção, perfil da cabeça ultra-convexo, nuca estreita, presença de chifres ou rudimentos de chifres, monorquidia, criptorquidia e hipoplasia de testículos, prognatismo, lordose, cifose e tronco excessivamente curto, falhas de aprumos e ossos finos.

O ovino Santa Inês tem a principal finalidade de produzir carne, os criadores através da seleção e manejo alimentar, vem melhorando sua carcaça, colocando mais carne no traseiro, no lombo e na cobertura da palheta, ficando a carcaça mais próxima do que podemos chamar de ovino tipo carne. Isso foi conseguido com muitos anos de trabalho de seleção, pois a Santa Inês não foi formado por cruzamentos programados, é uma raça formada por cruzamentos de ovinos que não eram produtoras de carne por excelência.

O melhoramento é notório se compararmos a vinte anos atrás, a raça era muito heterogênia, tendo vários tipos em diversas regiões, se pregava que o verdadeiro Santa Inês era o vermelho, outros achavam que era o preto, os de pelagem preto e branco, vermelho e branco e branco sofriam preconceitos.

Hoje já se consegue uma homogeneidade relativa, os próprios criadores se incoberam de produzir um carneiro para o mercado, de corpo médio, carnudo, com bons aprumos, precoce, e que atendesse todos os requisitos do padrão racial.

Porém alguns entendidos,temem em afirmar que o verdadeiro Santa Inês é o que nós criávamos a 20 anos atrás, pernaltas, pobres de lombo, sem culote sem nenhuma melhoria zootécnica ou seja, todo o trabalho de melhoramento não tiveram resultados pois na opinião desses entendidos o melhoramento só ocorreu com a introdução de sangue “exóticos” no Santa Inês.

O verdadeiro Santa Inês não existe, pois é uma raça em formação, ainda hoje é aceito o registro em livro aberto (base) para fêmea, desde que esteja dentro do padrão racial, não necessariamente ovinos cruzados das raças bergamacia, morada nova e somalis.

Fundada em Salvador em julho de 1999, a Associação Brasileira de Ovinos Santa Inês e que hoje tem sua sede em Alagoas, foi formada com a finalidade de em pouco tempo associar a maior quantidade possível de criadores para termos uma representatividade no cenário da ovinocultura nacional, e assim que esse número for representativo será aberto um fórum de debates, para discutir o padrão racial com embasamento técnico e racionalidade, o importante e que estamos avançando, países como Tailândia, Portugal, Argentina e Peru já tem exemplares do nossa raça, Alemanha, Estados Unidos e África do Sul já se mostraram interessados em importar nosso Santa Inês.


13/04/2002 - Tomaz Radel é criador de ovinos Santa Inês desde 1970, foi um dos fundadores da ABSI(Associação Brasileira dos Criadores de Ovinos Santa Inês).

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Raças de Caprinos_Colônia

Colônia
Origem:
Tudo indica que a Colônia tem como matriz o grupamento da Charnequeira vermelha, em Portugal e também algum parentesco com a pirenaica Retinta Extremeña , da Espanha, faltando-lhe apenas uma boa seleção para leite (Ver diagrama da origem filogenética na Raça Parda Sertaneja) .
Pelagem:
Fios finos e sedosos, mais grossos nos machos. Muitos animais apresentam fios grossos e duros na linha dorsal, principalmente os machos. A coloração é única para o corpo inteiro e membros: vermelho-sujo ou cor de chocolate. É comum um focinho mais claro que o restante do corpo.
Aptidões:
Carne e pele.
Altura média:
Fêmeas: 60- 65 cm .
Machos: 65- 75 cm .
Peso médio:

Fêmeas: 35- 45 kg .
Machos: 48- 60 kg .
Revista O Berro -Editora Agropecuária tropical-
Coletânea de várias Edições

Raça de Caprinos_Maca


Maca
Antigamente, nas caatingas, não haviam cercas e era normal que os fazendeiros tentassem distinguir seus animais por cortes nas orelhas ou, então, pela coloração. Quando um proprietário utilizava um reprodutor negro, o seu vizinho utilizava um vermelho, etc. Vários agrupamentos eram estabelecidos pelo coloração, temporariamente, mas alguns deles resistiram aos tempos, como a raça Maca .
Origem:
Esse é um agrupamento com observações populares desde cerca de 1900. Dá a impressão de ser um animal que acabou de carregar um saco negro, pesado, o qual teria deixado as marcas no “vazio” do animal. O dicionário diz que “maca é um saco de couro para roupa, que se amarra à garupa do animal”. A maca era muito utilizada antes do surgimento do automóvel, sendo transportada no lombo de cavalos e mulas pelos tropeiros.
A cabra Maca ainda é reconhecida na região entre Ibimirim (PE) até Serra Talhada, tendo o centro de difusão na região de Carquejo.
A cor básica é o branco-sujo, com listras negras na cara e no debrum das orelhas, além da marca negra nos flancos. É comum encontrar manchas negras pequenas no corpo. Alguns animais apresentam a tendência de escurecimento da parte inferior dos membros.
A cabra Maca foi produzida, aparentemente, sem influência da Alpina Francesa , que não existia no país no início do século XX. Havia, porém, as brancas sertanejas oriundas das Serpentinas que resultaram no tipo Moxotó . Hoje, portanto, seria muito fácil formar um rebanho de cabras do tipo Maca , seguindo esse mesmo caminho e utilizando a raça Alpina Francesa (Ver diagrama filogenético em Raça Branca Sertaneja).
Pelagem:
É de pelagem branca, branco-suja, ou creme-clara, com mancha negra sobre o lombo, descendo pelos flancos, como se fosse um capacho. Na cabeça, listras negras emolduram os olhos, podendo descer até perto das narinas. A orelha, externamente branca, apresenta um debrum (bordas) preto, inédito nas cabras oriundas do tronco da Marota, e mais o pavilhão totalmente negro. A parte inferior dos membros é negra. Em alguns animais, a parte interna das pernas também é negra, bem como a região anal.
Aptidões:
Carne e pele.
Altura média:
Fêmeas: 60-70 cm.
Machos: 65-80cm.
Peso médio:
Fêmeas: 35-45 kg.
Machos: 45-60 kg.


Revista O Berro -Editora Agropecuária tropical-
Coletânea de várias Edições